quarta-feira, 27 de maio de 2009

NEONAZISMO NO BRASIL E NA EUROPA

Como uma assombração, o nazismo não abandonou a Europa. No auge do intercâmbio entre povos, graças à globalização, manifestações neonazistas voltam a ganhar fôlego e crescer de forma assustadora.Nos últimos meses, acontecimentos que chocaram o mundo trouxeram à tona o terror que tem raízes na Segunda Guerra.Na Alemanha, neonazistas marcharam por ocasião dos 20 anos da morte do líder nazista Rudolf Hess - braço direito de Adolf Hitler - e oito indianos foram espancados por 50 skinheads neonazistas numa festa popular. Na Dinamarca, a polícia condenou, domingo passado, o líder neonazista Johnni Hansen a 10 dias de prisão por homenagens a Hess. Na Rússia, há 12 dias, foi divulgado na internet um vídeo em que um homem é decapitado e outro é morto a tiros com a suástica ao fundo.
- Idéias como o nazismo não morrem na sociedade e no mundo - avalia o estudioso do tema Antônio Andrioli, doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Osnabrück, na Alemanha. - Elas aumentam e diminuem, mas nunca somem.
A principal diferença entre o nazismo atual e o antigo está na política - observa Alexander Verkhovsky, diretor do Sova, centro ativista contra a xenofobia na Rússia. - Antes, lutavam pela construção de uma pátria, mas os grupos hoje são desprovidos de projetos políticos e só propagam preconceito.
Ao declararem que o Holocausto não foi tão grave, grupos neonazistas abusam de uma simbologia estética que vai além da suástica. Coturnos pretos com cadarços brancos, roupas pretas com metais e cabeça raspada são marcas de xenófobos que se colocam contra comunistas e etnias como a asiática.
"- A ideologia nazista é um mal político e não um distúrbio psiquiátrico - avalia Antônio Andrioli. - É um totalitarismo aliado à lavagem cerebral e elevado ao nível de fanatismo religioso, no momento em que utopias estão em crise e há um vácuo para figuras messiânicas."
Com expressão em todos os continentes, o movimento neonazista na América Latina é confuso e têm inspirações diversas. Paradoxalmente, os neonazistas brasileiros lutam por uma limpeza étnica impossível de ser feita num país formado por misturas de etnia como europeus, asiáticos, africanos e indígenas.
O movimento neonazista no Brasil, além de discriminar judeus, age principalmente contra trabalhadores nordestinos em cidades como São Paulo e Porto Alegre.
A confusão entre o punk dos anos 80 e os carecas (ou skinheads e boneheads - inicialmente um movimento estético e de estilo de vida) marca o movimento xenófobo de extrema direita aqui. Gangues do subúrbio - como o ABC paulista e a zona Leste de São Paulo - tinham um discurso que valorizava a moral católica e uniram-se ao movimento dos cabeças raspadas, de caráter nacionalista. O grupo levanta bandeiras nacionalistas e prega valores conservadores como a moralização da sociedade.
Em 2000, cerca de 20 carecas do ABC espancaram até a morte o adestrador de cães homossexual Edson da Silva, quando este passeava de mãos dadas com o namorado no Centro de São Paulo.
Depois do episódio, grupos neonazistas enviaram uma carta a autoridades paulistanas em que diziam:
"Vamos destruir todos os veados, pretos e nordestinos (...), todos que defendem essas sub-raças vão se arrepender (...). Salve a raça superior. Nós, os skinhea.
Neonazismo
Perguntas e Respostas
1) Existem grupos neonazistas no Brasil? Quais são?
Sim, existem grupos neonazistas no Brasil. Em São Paulo concentra-se a maior parte desses grupos. Um deles, denominado "carecas", surgiu por volta de 1983-84, embora já tivessem começado a organizar-se desde 1977-80, quando o movimento punk chega ao Brasil. Os "Carecas" dividiram-se em dois grupos: os "Carecas do Subúrbio" (zona leste de São Paulo) e os "Carecas do ABC" (concentrando-se em Santo André). No final dos anos 80 surge o movimento dos Skinhead, com participantes na grande São Paulo e no sul do país. Na mesma época, surge o movimento dos "White Power", agindo também em São Paulo.

2) Que idéias esses grupos defendem?
Esses grupos neonazistas defendem o nacionalismo e desprezam os valores morais mais arraigados da sociedade. São racistas; não toleram judeus e homossexuais. Adotam os valores pregados pelos Skinhead americanos e europeus, ou seja assumem a disciplina neonazista como filosofia de vida . Alguns desses grupos (especialmente paulistas) também pregam o ódio aos nordestinos, considerando-os uma raça á parte, responsável pela crise de desemprego que atinge São Paulo. Os neonazistas brasileiros acreditam que a melhoria do país está condicionada à exclusão de uma parcela da sociedade.

3) Como agem esses grupos?
Os neonazistas agem de diversas formas todas violentas. Uma das maneiras de "entretenimento" dessas gangues é sair á noite a procura de vitimas, apenas movidos pela intolerância racial e ideológica. É comum haver também lutas violentas entre as próprias gangues.

4) Podemos dizer que os grupos neonazistas são uma continuação dos grupos fascistas de década de 1930?.
Sim, à medida que o neonazismo inspirou-se nos modelos fascistas de Hitler e Mussoline, embora houvessem diferenças ideológicas (como já foi visto na questão anterior). È importante frisar que no Brasil não havia camadas sociais desesperadas, frustradas e violentas, não havia um descontentamento generalizado que levasse a população a tomar atitudes radicais, tal qual os fascistas tomaram.

3 comentários:

  1. muito bom o trabalho de vocês. parabéns!!
    a resenha de vocês me facilitou muito na hora de faser uma conclusão do assunto.. obrigado

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  2. É realmente fascinante a capacidade do homem. Muito bom trabalho ganhei nota máxima pelo trabalho que consegui com ajuda de voçes.
    Obrigada!!!

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  3. É um absurdo que o assassino comunista que exterminou 100 milhões de pessoas, a "democracia" o deixa livre na Europa!Quem sabe, se os muçulmanos que são já 50 milhões na Europa, não vão salvar a Europa da satanica ditadura do "holocau$to" judeu e do comunismo do judeu Karl Marx?!

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